Scielo RSS <![CDATA[Comunicações Geológicas]]> http://scielo.pt/rss.php?pid=1647-581X20100001&lang=pt vol. num. 97 lang. pt <![CDATA[SciELO Logo]]> http://scielo.pt/img/en/fbpelogp.gif http://scielo.pt <![CDATA[<b>Estudo estratigráfico dum novo afloramento da Formação de Cabaços (Oxfordiano) na região da Serra do Bouro (Caldas da Rainha)</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1647-581X2010000100001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Estudo estratigráfico recente na região da Serra do Bouro (Caldas da Rainha) permitiu reconhecer pela primeira vez em afloramento, nesta zona, a Formação de Cabaços (Oxfordiano). Apesar da restrita dimensão do corte e da tectonização local, foi possível fazer a caracterização de campo, diferenciar e amostrar 10 níveis (alguns descontínuos), que correspondem a calcários argilo-detríticos (localmente brechóides), margas, arenitos e arenitos brechóides, todos em geral ferruginosos. A análise das macro/microfácies dos calcários e dos ostracodos soltos obtidos das margas indica inequívoca afinidade sedimentar, micropaleontológica e biostratigráfica dos depósitos estudados com a Formação de Cabaços, amplamente conhecida na Bacia Lusitânica. Os níveis calcários e margosos contêm carófitas e ostracodos, geralmente abundantes, gastrópodes, bivalves e, no topo, Heteroporella lusitanica (RAMALHO, 1970), dasicladácea característica da Formação de Cabaços; a fauna de ostracodos é típica de águas doces-salobras, com a maioria das espécies também apenas identificadas nesta Formação.<hr/>A recent stratigraphical study in the Serra do Bouro region (Caldas da Rainha, central Lusitanian Basin, Portugal) has allowed recognition of the Cabaços Formation (Oxfordian) at outcrop, for the first time in this area. Previously, within the spatial range of the 1:50.000 geological sheet of the Caldas da Rainha region, the Cabaços Formation was known to crop out only very locally to the south at Amoreira and at some localities eastwards (Serra dos Candeeiros), though at the basin scale many other outcrops exist. This Formation is the first lithostratigraphical unit of the Upper Jurassic in the basin, overlying a regional disconformity that separates it from the Middle Jurassic shallow marine successions. The Cabaços Formation is composed of a range of facies types, developed in a complex mixture of depositional environments (terrestrial, fresh/brackish lacustrine, restricted-marine varying from brackish to hypersaline), interpreted as a series of pericontinental and coast marginal shallow lakes. It consists mainly of charophyte - and ostracod rich limestones, argillaceous/ferruginous limestones and marls, associated with pedogenic limestones, lignitic clays, coals, microbial laminites and locally sandstones. The fossil content also commonly includes gastropods, bivalves, plant remains and, consistently in the middle part of the unit, the dasycladacean Heteroporella lusitanica (Ramalho,1970), which is attributed to the Middle Oxfordian in Portugal and is only known in the Cabaços Formation. The Cabaços Formation is overlain by the Montejunto Formation, well dated by ammonites as Middle to Upper Oxfordian. In spite of the small dimension of the field section studied at Serra do Bouro, and the strong local tectonism, field characterization and sampling of 10 levels (some discontinuous) was made possible: these are mostly clayey-detrital limestones (locally breccias), marls, sandstones and breccia sandstones, all usually ferruginous, making up a total of c.7 m thick succession. The analysis of the limestone macro/microfacies and of the loose ostracods obtained from the marly levels have shown the unequivocal affinity of these deposits with the Cabaços Formation, well known in the basin. The limestones and marls contain charophytes and ostracods, commonly abundant, gastropods, bivalves and, at the top of the section, H. lusitanica. In addition, the ostracod fauna, typical of fresh-brackish waters, is composed of species that, in the Lusitanian Basin, have been only recognized in the Oxfordian deposits of the Cabaços Formation, except for two species of Timiriasevia. <![CDATA[<b>O manto superior subjacente à Crista Média Atlântica no sector dos Açores</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1647-581X2010000100002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Os serpentinitos aflorantes em zonas de falhas não-transformantes no sector Açoreano da Crista Média Atlântica apresentam aspectos texturais, mineralógicos e cristaloquímicos que permitiram caracterizar o manto superior subjacente a este sector e confirmar a influência do hotspot dos Açores nessa região. O estudo de manto superior serpentinizado aflorante nas áreas Rainbow e Saldanha, neste sector da Crista Média Atlântica, pôs em evidência esses aspectos: a abundância de texturas pseudomórficas e a mineralogia relíquia (Fo olivina = 87-92, En piroxena = 89-92, Cr#espinela = 46-52) indicam um protólito refractário correspondente a um harzburgito com espinela, pontualmente associado a dunitos e harzburgitos tectonizados com anfíbola. O carácter refractário destas rochas ultramáficas e o metassomatismo anfibolítico, coadjuvados pelos dados termobarométricos obtidos por RIBEIRO DA COSTA et al. (2006), são consistentes com fusão parcial significativa do Manto Superior e com actividade metassomática intensificada nas proximidades do hotspot dos Açores, tal como sugerem estudos anteriores neste sector da Crista Média Atlântica.<hr/>Low magma flow and significant crustal-scale extensional tectonics characterize the Mid-Atlantic Ridge (MAR), favouring seawater circulation down to the upper-mantle and fault-related exposures of serpentinized upper-mantle peridotite (e.g., FRANCIS, 1981; CANNAT, 1993; TUCHOLKE & LIN, 1994; ESCARTÍN & CANNAT, 1999). Samples of such serpentinized ultramafic rocks were collected on two locations of the Azores sector of the MAR: the Rainbow hydrothermal field (36°14'N), and the Saldanha massif (36°34'N). Textural, mineralogical and crystalchemical features of such serpentinite outcrops from non-transform offsets in the Azores area of the Mid-Atlantic Ridge (MAR) have provided enough evidence to identify their protolith and to characterize the upper mantle beneath this oceanic sector, confirming the relevance of the Azores hotspot on the nature of this mantle sector. Serpentinized upper mantle exposures on the Rainbow and Saldanha hydrothermal fields, located in the Azores sector of the Mid-Atlantic Ridge (MAR), exhibit pseudomorphic textures and relict mineralogy (Fo olivine = 87-92, En pyroxene = 89-92, Cr#spinel = 46-52) indicative of a dominant refractory spinel-harzburgite protolith, occasionally accompanied by minor dunites and strongly tectonized amphibole-bearing harzburgites. The refractory nature of these ultramafics and modal amphibole metasomatism are consistent with a significant extent of upper mantle partial melting and metasomatic activity on approaching the Azores hotspot, as suggested by previous studies in the area (e.g., MICHAEL & BONATTI, 1985; BONATTI & MICHAEL, 1989; JUTEAU et al., 1990; MÉVEL et al., 1991). Moreover, mantle oxygen fugacities estimated by oxygen barometry in the relict mineralogy of the Rainbow and Saldanha rocks, considering likely harzburgite depths for mantlemelt segregation temperatures of 1200-1330°C (RIBEIRO DA COSTA et al., 2006), also match the data and interpretations of those authors for the upper-mantle beneath the Azores sector of the MAR. <![CDATA[<b>Petrologia e Geoquímica das lavas da ilha do Sal</b>: <b>Implicações para a variabilidade do magmatismo de Cabo Verde</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1647-581X2010000100003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Sal Island (Cape Verde Archipelago) preserves a magmatic history ranging from ≈ 25.6 Ma to ≈ 0.6 Ma. The chemistry of magmatism varies from Hy-normative (Serra Negra basalts: ≈ 5 Ma) to highly SiO2 undersaturated (nephelinites and melilitites). The calculated temperatures of magmatic segregation are higher than those usually considered for the asthenosphere, thus endorsing the role of a mantle plume to the origin of Cape Verde magmatism. Nephelinites and melilitites are characterized by pronounced K negative anomalies which are interpreted as reflecting the interaction of plume magmas with the lithosphere. Some of the Sal lavas are characterized by low 143Nd/144Nd (down to 0.512577) - when compared with the HIMU component. These values are similar to those usually reported for the Southern Cape Verde Islands. This suggest the role of a EM1-type end-member to the magma sources of the Sal, which is for the first time evidenced from the whole rock composition of one of the Northern Cape Verde Islands.<hr/>A ilha do Sal (Arquipélago de Cabo Verde) preserva uma história magmática estendendo-se desde os ≈ 25.6 Ma aos ≈ 0.6 Ma. As características químicas do magmatismo variam desde composições caracterizadas por hiperstena normativa, em rochas com cerca de 5 Ma (Formação da Serra Negra), até litótipos altamente subsaturados em sílica (nefelinitos e melilititos). As temperaturas de extracção magmática calculadas indicam valores superiores aos normalmente referenciados para a astenosfera, suportando os modelos que invocam o papel de uma pluma mantélica para a origem dos magmas de Cabo Verde. Nefelinitos e melilititos caracterizam-se por pronunciadas anomalias negativas em K que são interpretadas como resultado da interacção dos magmas provenientes da pluma mantélica com a litosfera. Algumas das lavas da ilha do Sal caracterizam-se por valores de 143Nd/Nd baixos (até 0.512577) quando comparados com os que caracterizam o componente HIMU. Tais características são similares às que têm sido descritas para as ilhas de Sul. Tal indica que, em oposição ao normalmente considerado, a contribuição do componente EM1 para as fontes mantélicas de Cabo Verde não se restringe às ilhas do Sul. <![CDATA[<b>Ocorrência e Origem de Xenótimo Aluvionar do Centro-Leste de Portugal (Zona Centro-Ibérica/Zona de Ossa Morena)</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1647-581X2010000100004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Trace amounts of alluvial xenotime (YPO4) were identified in black sands from pan concentrates collected during a rare earth reconnaissance survey, carried by the Instituto Geológico e Mineiro (IGM) in Central Eastern Portugal. The xenotime occurs as sub-rounded grains with an average size of ≈ 250 mm, and its identification was confirmed through XRD methods and EPMA analysis. It is believed that xenotime is more abundant than normally recognized and therefore frequently overlooked. The largest concentrations of this mineral occur in Nisa, S.to António das Areias and Marvão. The regional geology and the accompanying mineral suite suggest xenotime originates from the granitic massifs of Nisa and Penamacor as well as the Beira Baixa Arkoses and levels of Plio-Pleistocene gravels interspersed with sandy clay. Although its economic interest is presently limited, its demand may increase as a result of the potential use of yttrium in the manufacturing of superconductors that are stable at ambient temperature.<hr/>Foi identificado xenótimo (YPO4) aluvionar em concentrados de bateia colhidos numa campanha de prospecção de terras raras desenvolvida pelo ex-IGM no centro-leste de Portugal. O xenótimo ocorre em grãos sub-rolados de dimensão média ≈ 250 µm e a sua identidade foi confirmada através de difracção de raios X e análises de microssonda electrónica. As concentrações mais significativas foram identificadas em Nisa, S.to António das Areias e Marvão. A geologia regional e o cortejo mineral das amostras sugerem que a proveniência do xenótimo possa estar nos maciços graníticos de Penamacor e Nisa e ainda as Arcoses da Beira Baixa e níveis de cascalheiras Plio-Plistocénicas com intercalações argilo-arenosas. Embora o seu interesse económico seja actualmente limitado, a procura deste mineral pode aumentar como resultado da potencial utilização de ítrio no fabrico de supercondutores estáveis à temperatura ambiente. <![CDATA[<b>Espeleotemas de Cavernas Graníticas</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1647-581X2010000100005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt The run-off infiltration through the discontinuities of the granitic rocky massifs causes the alteration of the rock and the associated formation of deposits which are considered speleothems due to the environment and genetic process where they are formed. Speleothems are formed by minerals (opal-A, pigotite, struvite, evansite-bolivarite, taranakite, goethite, etc.) whose constituent elements come from the rock weathering by the water strengthened by the biological activity that is developed in the fissural system and that modifies the geochemical properties of the water increa­sing its corrosivity. The fabric of these speleothems is highly porous and allows the development of microorganisms either in the voids or on the surface of the speleothem. There have been identified colonies of bacteria, cells, fungi hyphae, spores, algae, diatoms, polychetes, mites, etc., organisms that at least develop part of their vital cycle in the speleothem and that have an active role in the construction of speleothems when acting as deposition nuclei or sedimentary trap of the mobilized materials. The development of speleothems is intermittent and associated with water circulation episodes normally coupled with rain events.<hr/>A infiltração do escoamento através das descontinuidades dos maciços rochosos graníticos provoca a alteração das rochas e a formação de depósitos associados que são considerados espeleotemas, devido ao ambiente e ao processo genético, onde são formadas. Espeleotemas são formados por minerais (opala-A, pigotite, estruvita, evansite-bolivarite, taranakite, goethita, etc.), cujos elementos constituintes provêm do intemperismo de rocha pela água reforçada pela atividade biológica que se desenvolve no sistema fissural e que modifica as propriedades geoquímicas da água aumentando a sua agressividade. A fabric destes espeleotemas é altamente porosa e permite o desenvolvimento de microorganismos, quer nos vazios ou na superfície do espeleotemas. Foram identificadas colónias de bactérias, células, hifas de fungos, esporos, algas, diatomáceas, polychetes, ácaros, etc., os organismos que desenvolvem, pelo menos, parte do seu ciclo vital no espeleotemas e que têm um papel activo na construção de espeleotemas quando actuam como núcleos de deposição de sedimentos ou armadilha dos materiais mobilizados. O desenvolvimento dos espeleotemas é intermitente e associada a episódios de circulação de água normalmente associada a períodos de chuva. <![CDATA[<b>Estudo dos fluidos associados com a epissienitização de granitos biotíticos do Gerês e da Guarda (Portugal)</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1647-581X2010000100006&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Em rochas graníticas das regiões do Gerês e da Guarda, ocorrem estruturas alteradas com enrubescimento, comummente designadas de “epissienitos”. O processo de alteração hidrotermal que lhes deu origem envolveu metassomatismo alcalino, dissolução do quartzo magmático e a transformação dos minerais primários presentes nas rochas graníticas. Os fluidos hidrotermais directamente associados com o processo de epissienitização, ficaram aprisionados em microfracturas no quartzo - Planos de Inclusões Fluidas (PIF), com orientações idênticas às das estruturas onde ocorrem as rochas alteradas. Trata-se de fluidos aquosos de baixa salinidade do sistema H2O-NaCl e com temperaturas de homogeneização inferiores a 300 ºC. Evidenciam carácter alcalino, possivelmente com uma origem meteórica, e circularam a uma profundidade que não ultrapassou os 5 km, durante os eventos finais da orogenia Hercínica.<hr/>In granites, particularly from Gerês and Guarda regions, occur reddish altered rocks, commonly known as “episyenites”. These rocks resulted from a hydrothermal alteration process and involved alkali metasomatism, magmatic quartz dissolution and transformation of the primary minerals present in granites. The hydrothermal fluids, directly associated with the episyenitization process, were trapped in quartz microfractures - Fluid Inclusion Planes (FIP), consistent with the most important directions of altered structures. These fluids are low-salinity aqueous fluids from the H2O-NaCl system and homogenization temperatures lower than 300 ºC. They have an alkaline character, possibly with a meteoric origin and circulated to a depth lower than 5 km during the final events of the Hercynian orogeny. <![CDATA[<b>Geoquímica de asbestos anfibólicos do nordeste de Portugal e sua utilização na monitorização do impacte ambiental resultante da exploração de pedreiras e minas</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1647-581X2010000100007&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt At Donai, Pena Maquieira, and Mourisqueiro, in northeastern Portugal, amphibole asbestos minerals are associated with serpentinites, amphibole schists and steatitic rocks. In order to assess the environmental impact of these deposits, the Donai quarry and the talc mines of Pena Maquieira and Mourisqueiro were studied in detail, because long-term exposure to amphibole asbestos is known to cause pulmonary diseases. At Donai, tremolite asbestos occurs in shear zones and faults cutting serpentinites, whereas massive (non-fibrous) tremolite occurs as intercalations associated with amphibole schists, and chloritites. Serpentinites from the Donai quarry are mainly tremolite-free. At Pena Maquieira, tremolite asbestos fills faults cutting serpentinites. At Mourisqueiro, actinolite asbestos occurs within amphibole schists and steatitic rocks in a highly deformed zone. Geological mapping, examinations by petrographic microscope and electron-microprobe, and determinations of SiO2, CaO, and MgO for serpentinites, and CaO and MgO for steatitic rocks will help to assess the presence of admixed asbestos within these rocks. The identification of asbestos is essential in order to exploit these serpentinites and steatitic rocks with minimal disturbance of asbestiform minerals.<hr/>Em Donai, Pena Maquieira e Mourisqueiro, Nordeste de Portugal, existem asbestos anfibólicos associados a serpentinitos, xistos anfibólicos e rochas esteatíticas. Com o objectivo de avaliar o impacto ambiental destas ocorrências minerais, foram estudadas em pormenor a pedreira de Donai e as minas de talco de Pena Maquieira e Mourisqueiro, dado que a exposição prolongada a asbestos anfibólicos pode causar essencialmente doenças pulmonares. Em Donai, os asbestos tremolíticos ocorrem em zonas de cisalhamento e falhas que cortam o serpentinito, enquanto a tremolite não fibrosa ocorre em intercalações associadas a xistos anfibólicos e clorititos. O serpentinito da pedreira de Donai não contém praticamente qualquer tremolite. Em Pena Maquieira, os asbestos tremolíticos preenchem falhas que cortam o serpentinito, enquanto em Mourisqueiro, ocorrem asbestos actinolíticos em xistos anfibólicos e rochas esteatíticas, numa zona de alto grau de deformação. A cartografia geológica, estudos no microscópio petrográfico e microssonda electrónica e as determinações de SiO2, CaO e MgO nos serpentinitos e de CaO e MgO nas rochas esteatíticas irão facilitar a detecção de asbestos anfibólicos nestas rochas. A identificação de asbestos anfibólicos é essencial para que a exploração de serpentinitos e rochas esteatíticas ocorra em segurança e com a menor perturbação possível causada por minerais asbestiformes. <![CDATA[<b>As cheias do Ourika (Alto Atlas, Marrocos)</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1647-581X2010000100008&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Le bassin versant de l’Ourika est un hydrosystème du Haut Atlas de Marrakech. Le substratum y est très peu perméable, le couvert végétal faible et clairsemé, les pentes élevées et les vallées encaissées. Le bassin, orienté vers le Nord et le Nord-Ouest, est exposé aux perturbations atlantiques qui peuvent générer des pluies importantes et intenses. La conjonction de ces facteurs est à l’origine de pulsations brutales et violentes du cours d’eau. L’aptitude de l’oued à l’incision et à l’érosion est forte et la charge solide est toujours importante. Bien qu’avec des intensités variables, ces crues rapides en contexte semi-aride montagnard se répètent. Un certain nombre d’aménagements ont été entrepris pour atténuer les effets des crues et un système d’alerte et d’annonce de crues est installé en amont du bassin. Certaines de ces infrastructures ont prouvé leur efficacité, mais d’autres n’ont pas résisté aux fortes crues postérieures.<hr/>The watershed of the Ourika River is a part of the Marrakech hydrosystem of the High Atlas. In the montaneous part of the watershed, the bedrock has a low permeability, the vegetation is sparse on steep slopes and rare on the upper areas, the main valleys are narrow and deep. The N to NW exposure favours rain falls which are usually strong, short in duration, and sometimes very intense. The conjunction of these physical and climatological factors is at the origin of violent pulses of the Ourika River, which are characterized by high velocities and rates of flow, active erosion and strong sediment transport. These extreme events in a semi-arid mountain setting are a repetitive phenomenon of variable intensity. The rising time of the floods is very short and the maximum rate of flow is much higher than the mean rate. Within the 34 years of data, floods occurred in any month of the year, excepted December. 44% of the floods occurred in spring, and 25% in summer which is the dry season in Morocco, except in high mountain regions. These summer floods are the result of intense stormy rains, related to a hot and stormy weather at the front of Trade winds. The hydrograms are steep and narrow, mostly simple, monogenic and clearly distinct. They are dissymmetric: the rising level phase is short, and the drop in level is slower. Because of their suddenness and violence, these flash floods represent a major natural and recurrent risk for the touristic valley. For the last decades, several damaging floods in Morocco lead to develop a policy of management of the water resources in the country. Locally, after the flash flood of the Ourika Valley of 1995, several structural and non stuctural actions were undertaken. To reduce the high vulnerability of the Valley new equipments have been set up. A warning monitoring system is installed in the upper reaches of the valley, it can display an alert to the population along the valley. Supporting walls and gabions reinforce the banks of the river. Works to widen some narrows of the river bed have regulated the flow of the river. Concrete sills and gabions break the flow of the main tributaries. The efficiency of these engineering structures is presently evaluated.<hr/>A bacia do rio Ourika é um hidrossistema do Alto Atlas de Marrakech. O substrato local é muito pouco permeável, a cobertura vegetal, escassa ou rara, as vertentes elevadas e os vales encaixados. A bacia, orientada a Norte et a Noroeste, esta exposta às perturbações atlânticas que podem dar origem a chuvas importantes e intensas. A conjugação destes factores está na origem de pulsações brutais e violentas do curso de água. A apetência do rio à incisão e à erosão é forte e a carga sólida é sempre importante. Embora com intensidades variáveis, as cheias rápidas, neste contexto semi-árido montanhoso, repetem-se. Neste trabalho propõem-se algumas medidas para minimizar os efeitos das cheias e um sistema de alerta e aviso das cheias foi instalado a montante da bacia. Certas destas infra-estruturas têm provado a sua eficácia mas outras não resistiram a fortes cheias posteriores. <![CDATA[<b>A sequência vulcano-sedimentar paleozóica de Odivelas</b>: <b>implicações para a geologia do limite Sudoeste da Zona de Ossa-Morena</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1647-581X2010000100009&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt We present a preliminary characterization of the structure, stratigraphy and petrography of a sequence including the Odivelas Limestone near Covas Ruivas locality (Ossa-Morena Zone, Évora-Beja Domain). In this area, limestone and tuffites occur spatially associated with mafic meta-volcanic rocks presenting mineral parageneses typical of low grade metamorphism (greenschists facies) and with the occasional occurrence of silica iron exhalites (jaspers). Previous work dated the limestones at this locality as latest Emsian - early mid Eifelian. As indicated by folded and brittle structures, this Devonian sequence was affected by two Variscan deformation phases, which where individualized, related with regional orogenic D2 and D3 phases. The structural data indicate that the Odivelas Limestone stratigraphically overlays the metavolcanic rocks, although de contact between them was tectonically affected by a thrusting and/or shearing. Considering age assigned to the Odivelas Limestone and the fact that the effects of the regional D1 are not visible in the studied area one can consider that, in this region, D1 is pre-latest Emsian, i.e., Lower Devonian or older.<hr/>Neste artigo apresentamos uma caracterização preliminar da estrutura, estratigrafia, e petrografia da sequência que engloba os Calcários de Odivelas, perto da localidade de Covas Ruivas (Zona de Ossa-Morena, domínio Évora-Beja). Nesta área calcários e tufitos (Calcários de Odivelas) afloram associados a rochas metavulcânicas máficas, evidenciando um metamorfismo de baixo grau (fácies dos xistos verdes) e a ocorrências pontuais de jaspes. Trabalhos anteriores atribuíram estes calcários ao intervalo Emsiano terminal a Eifeliano médio baixo. A sequência Devónica estudada foi afectada por duas fases de deformação Variscas, correlacionáveis com as fases D2 e D3 reconhecidas a nível regional. Os dados estruturais indicam que os Calcários de Odivelas estão estratigraficamente suprajacentes às rochas metavulcânicas, embora o contacto esteja afectado tectonicamente por um cavalgamento e/ou desligamento. Considerando a idade atribuída aos Calcários de Odivelas e o facto de os efeitos da D1 regional não se fazerem aqui notar, consideremos que nesta zona a D1 é pré-Emsiano terminal, i.e., Devónico inferior ou anterior. <![CDATA[<b>Partição da deformação Varisca nos sectores de Peso da Régua e Vila Nova de Foz Côa (Autóctone da Zona Centro Ibérica)</b>]]> http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1647-581X2010000100010&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt A actuação da primeira e principal fase de deformação Varisca no eixo Marão-Vila Nova de Foz Côa (Autóctone da Zona Centro-Ibérica) induziu a formação de amplas zonas pouco deformadas com dobramentos amplos, alternando com zonas contemporâneas onde se observa uma deformação bastante mais acentuada; os critérios cinemáticos presentes levam a crer que estas zonas tenham funcionado como corredores de cisalhamento esquerdo de direcção WNW-ESE durante esta fase de deformação. A geometria e cinemática exibidas nas formações câmbricas do Grupo do Douro dos sectores de Peso da Régua e Vila Nova de Foz Côa, permite evidenciar um padrão típico de partição da deformação, lateralmente extenso, com importância regional. Esta distribuição estrutural permite uma melhor compreensão da zona axial de uma estrutura em flor que está presente nos sectores mais setentrionais do Autóctone da Zona Centro-Ibérica e que é aqui denominada como Estrutura em Flor do Douro. A continuidade lateral da estrutura regional desde o Marão a Vila Nova de Foz Côa apenas é interrompida por corredores de cisalhamento tardi-variscos esquerdos de direcção NNE-SSE, reactivados posteriormente durante o ciclo Alpino.<hr/>The first and main Variscan deformation phase in Marão-Vila Nova de Foz Côa axis (Centro Iberian Autochthon) induced the formation of wide zones gently folded bounded by coeval narrow bands emphasizing stronger deformation. These bands are associated with a WNW-ESE shear zones with a sinistral kinematics. In the Douro Group Cambrian formation of Peso da Régua and Vila Nova de Foz Côa sectors, is possible to see a clear relationship between the narrow bands emphasizing stronger deformation and the regional sinistral shear zones. This geometry shows an extensive area with strong strain partitioning which emphasize the presence of a regional major structure. Such structural pattern characterizes the axial zone of the flower structure, create by the sinistral transpressive regime in northern sectors of the Centro Iberian autochthon during the Variscan orogeny. This structure is here named Douro Flower Structure. The lateral continuity of this regional structure from Marão to Vila Nova de Foz Côa that was possible to put in evidence by this work is interrupted by NNE-SSE Tardi-Variscan sinistral shear-zones, that are reactivated during the Alpine Orogeny.